quinta-feira, 19 de junho de 2014

Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas - Parte 2

     Segundo o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, o turista que sabe algumas frases feitas e consegue se virar para comprar um bilhete de trem, reservar um quarto de hotel, ou pedir almoço, está no nível A2. Aqueles que já conseguem conversar um pouco além disso, mesmo com erros ou hesitações, estão no nível B1. Guias de turismo, por exemplo, precisam pelo menos do B1 no idioma estrangeiro com o qual trabalham.

     O nível B2 já é um estágio bom. Conheço muitos professores de idiomas que teriam de suar a camisa para passar num exame desse nível! Já um tradutor realmente profissional, tem que estar, no mínimo, no nível C1. Intérpretes de conferências que falam uma língua estrangeira na cabine de tradução simultânea, por exemplo, devem estar no C2.

     Vale lembrar que esses meus exemplos não são para serem levados a ferro e fogo. Existem vários fenômenos associados a uma língua estrangeira, como a plasticidade e o enferrujamento, por exemplo, que faz com que mudemos um pouco o nível de proficiência de acordo com o uso mais ou menos intenso do idioma.

     Outra coisa interessante a observar é que raramente estamos no mesmo nível em todas as 4 habilidades. Tomemos como exemplo a língua materna de cada um. Não é fácil encontrar alguém que escreva tão bem, nível C2, no próprio idioma. Conhecimento de gramática também -- não é difícil um brasileiro que estudou muito inglês saber mais de gramática que um inglês ou estadunidense de cultura mediana. Tudo isso são questões relativas e que devem ser consideradas no caso pessoal de cada um. Como dizem: "cada caso é um caso"!

     De qualquer forma, gosto de utilizar o Quadro Europeu porque me parece o meio mais prático e objetivo de se estabelecer o nível de idiomas de uma pessoa. O ideal seria o poliglota se avaliar e dar o seu nível em cada uma das habilidades linguísticas por meio dessa tabela. Como isso pode soar sistemático demais, vale pelo menos considerar que, quando a pessoa diz falar dezenas de idiomas, muitos deles estarão nos níveis A1 ou A2. Manter várias línguas nos níveis avançados, C1 e/ou C2, por exemplo, não é fácil, pois demanda tempo de manutenção. Aí entram os objetivos da pessoa: o que você quer com o idioma estudado?

Vale mais um bilíngue produtivo do que um poliglota disperso.

     Na internet existe o seguinte check-list, em inglês, que permite a pessoa ter uma ideia do nível em que está de acordo com o Quadro Europeu:
http://www.coe.int/t/dg4/education/elp/elp-reg/Source/Key_reference/checklist_EN.pdf

     Porém, o melhor mesmo, para dizer em que nível se está, ou até para programar o que nível ao qual se quer chegar, é procurar fazer uma prova internacional de proficiência.

     Fique à vontade para compartilhar suas experiências. Será um prazer ler seus comentários!




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